segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Política e Corrupção.

Recentemente no Brasil se levantou uma "forte" onda de "Fora Corrupção" "Político não tem que ganhar salário" etc...
Bom, para deixar claro acho a corrupção absurda e também acho absurdo qualquer penhasco entre salários.
Precisamos entender primeiramente que vivemos em uma sociedade capitalista onde até o ser humanos é descrito em números, onde o ser deu lugar ao ter. Essa lógica nos consome. Fora dessa lógica, em outro modelo de sociedade trabalho não seria meio para alcançar bens e sim meio de contribuir para a comunidade e para o país em que se vive, e assim como o trabalho civil a política de maneira alguma serviria para o enriquecimento.
Voltando à realidade, vivemos em uma sociedade capitalista. Você trabalha por que quer ter vida não simplesmente boa, mas quer comprar tudo que puder. Dentro dessa lógica vou tentar analisar alguns pontos.
É interessante, para começar, que muitos dos que dizem que político só rouba dinheiro do povo em proveito próprio e não serve pra nada, escolhem um curso em uma universidade federal pensando no número de concursos públicos que poderá fazer com esse curso. A criatura escolhe por exemplo um curso de Direito pra garantir SUA vida boa e não para proporcionar o acesso à justiça a todos, não para contribuir com a sociedade, mas sim para conseguir entrar em qualquer concurso em cargo Público e contribuir para o fracasso do funcionalismo público que é composto de mais N pessoas que só participam dele não pensando em como podem desempenhar sua tarefa de modo a contribuir com a sociedade mas sim na estabilidade que o cargo dá. Ele primeiramente usou dinheiro público para se formar em uma universidade federal, recebe dinheiro público em seu salário e em nada contribui, e nunca pensou em contribuir, com algo que não seja individual.Qual a diferença entre esse cara e o político que nada faz? Ao meu ver, no fundo, não há grandes diferenças.
As pessoas olham o Neymar recebendo seus milhões por mês para jogar bola e tudo que conseguem pensar normalmente é: que sortudo, quem me dera ta no lugar dele. Pera ai, o cara joga bola! O esporte é importantíssimo para o país mas duvido muito que se o Santos não pagasse tanto ele não teria ido embora. Ele não é criticado pois na nossa sociedade "cada um faz o seu" e ele ta fazendo o dele. Mas, o político que tem a vida do povo nas mãos é criticado por ganhar o que ganha. Sim é absurdo. Ao meu ver, como já disse anteriormente, qualquer disparidade salarial é absurda. O que me incomoda é que um jogador de futebol, um banqueiro, um empresário, um prático da barra, essa gente toda não seja visada, que o sistema em si não seja visado mas a política seja.
É por causa da boa política que temos as coisas boas no nosso dia-a-dia. Sem política não há mercado, não há indústria, não há energia, tudo é regido por política e se tu, que queres o bem, viras as costas pra ela, ela vira as costas pro povo.
Antes de reclamares tanto assim da política e de como ela está, pensa bem no que tens feito. Te informa pois o que tem de grupos querendo que tu vires as costas pra política tem de interesses antagônicos ao interesse do povo. Participa, opina, exerce tua democracia para além do voto.
Além disso, ao invés de continuar contribuindo para toda essa "inversão de valores" presente nos nossos dias, tome uma nova atitude e começa a contribuir para a sociedade mudar, contribui para que um novo modelo surja, um modelo baseado não no consumo, não no capital mas sim no ser.
Tenho certeza que muitos vão ler isso e ainda vão pensar:
"Essa guria é outra que daqui a pouco vai ta roubando" "Que mudar o que, tenho é que cuidar de mim" "Perdi meu tempo lendo isso" , para esses eu apenas digo: se pensas assim, só contribuis para que as coisas continuem como estão.

domingo, 25 de dezembro de 2011

II Conferência Nacional de Juventude

Com um pouco de atraso, relato aqui alguns pontos sobre a II Conferência Nacional de Juventude, da qual participei sendo a única delegada representando a cidade de Rio Grande.
Primeiramente vale explicar o espírito das Conferências Nacionais: São espaços proporcionados pelo governo federal para a verdadeira efetivação da democracia, isso é, para que de fato a população participe diretamente da elaboração de políticas públicas para seus digamos setores.
No caso da conferência de Juventude, organizada pela Secretaria Nacional de Juventude em conjunto com o CONJUVE (Conselho Nacional de Juventude, formado por membros da sociedade civil e governo), jovens de todo país, incluindo comunidades e povos tradicionais (como indígenas e quilombolas) se reuniram para elabora propostas e destacar prioridades que devem ser atendidas pelo governo.
Na pauta a educação, trabalho, espaço, cultura, experimentação, saúde, esporte, enfim, todas as áreas que atingem diretamente o dia a dia e influenciam em nossas vidas.
Não cabe aqui citar ponto a ponto os resultados da conferência, mas os mesmos podem ser encontrados no site da mesma: http://www.juventude.gov.br/conferencia/2a-conferencia-nacional-de-juventude
Vale destacar o grito unânime dos jovens por 50% do Pré-Sal para educação e 10% do PIB, o grito pela meia entrada para estudantes, por ampliação do projeto Pontos de Cultura, Segundo Tempo e Bolsa Esporte, pela descriminalização e legalização do Aborto, pelo Plano Nacional de Banda Larga e praças da juventude e é claro, pela aprovação do Estatuto da Juventude.
Ressalto aqui a aprovação da moção de apoio ao movimento vitorioso e combativo da UNE e UBES: Ocupe Brasilia.
Como militante da UJS, destaco aqui a significativa participação dessa entidade que através de seus jovens chegou não apenas com bandeira e gritos mas com propostas concretas, com prioridades políticas, com centralidade, que fez a diferença em uma conferência onde outras forças partiram unicamente para o grito.
Claro que foi a unidade que construiu a novidade, mas, essa unidade se dá graças a UJS que mais uma vez acertou em sua política.
Não cabe agora parar. A conferência é propositiva mas deve-se ter em vista que o que o povo unido e organizado propõem é ordem e não opção!
Cada deputado, ministro, secretário, vereador, enfim, membros de todas as esferas de poder público devem ter acesso as documentos aprovados nas conferências municipais, estaduais e nacionais e devem ser cobrados.
Cabe agora construir o que se discutiu, por que o grito só não basta!

Beijos e grande luta camaradas!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Tem que ter...

E se a gente remexer aqui e ali? E a gente der uma apertadinha? Fazer dar certo? Tem que ter um jeito de tirar um coelho da cartola, pintar, repintar. Tem que ter um jeito de ainda ser feliz.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mochila nas Costas.

Quando ela bota a mochila nas costas para viajar o mundo muda.
O namorado pensa: La vai minha menina, prefiro não pensar no que ela fará no fim do dia, após toda aquela "baderna" que ela tanto gosta.
A mãe pensa: Aii, essa menina só me da preocupação. Pede insistentemente mil ligações, manda pegar o casaco, o shampoo, e insiste em dar mais dinheiro mesmo quando esse dinheiro deveria ser guardado para outras coisas, mas, vai saber, tem que estar precavido.
O pai pensa: Olha onde minha filha chegou, já conhece mais lugares do que eu.
A irmã pensa: Vou ficar "alone", minha melhor amiga vai viajar.
A avó pensa: Valeu a pena pagar aquele cursinho pré-vestibular, olha quanta porta essa universidade abriu pra essa guria... Ela vai longe, ela vai longe!

A menina ao partir manda mensagens de "Eu te amo" para todos esses. Os que importam. Pede que Deus os cuide.
Ela? Ela se vira. Com sua mochila vai para mais uma experiência. Mais uma luta. Ela quer mudar o mundo, ela tem coisas a dizer, ela não se conforma. E não importa quantos quilômetros tenha que andar, ela sabe que não existem distâncias grandes quando os sonhos são maiores ainda.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

"Ela" (2)

Com a cerveja encostada na coxa ela pensa na dualidade da sua vida.
Parte dela é de amélia. Quer casar, quer ser mulher de um homem só, passar trabalho, lavar, limpar e cozinhar, quer só saber de amar como toda mulher de sambista malandro...
Parte dela ama a vida pequeno burguesa que leva. Ama poder se jogar na poesia sem com nada se preocupar, ama ser a menina do papai e sonhar a revolução...
Essa mulher que tem parte que chora e parte que ri.
Parte que sonha e parte que desiste.
Essa mulher que já nem sabe quem é, que ta se metamorfoseando sem nem ter estado em um casulo, essa mulher é digna das cores de Almódovar, das palavras do Caio Fernando Abreu, das rimas do poetinha.
Ela que ainda não era Amélia, mas sabia ser mulher de verdade.

"Ela"

Ela perguntou se o fazia feliz e ele respondeu da maneira mais evasiva possível. Ele não falava de sentimentos, ele não era desses, se ele tava com ela é por que era bom e ponto. Sempre foi assim. Ele também não fazia planos, não fumava, não bebia, não ouvia tango ou amava Chico, ele não era idealista ou humanista... eram ying e yang.
Ela desistiu dele. Pegou o ônibus de volta pra casa e começou a ouvir Gardel.
Comprou cevejas e cigarros, olhou a vista da janela, fumou e bebeu, ouviu Chico e Gal, Piazzola e Gardel, leu Simone, Caio e Bukowski. Ela tentou se encontrar, tentou se amar se destruindo.
Antes de tudo, porém, ela ligou só para dar boa noite.
(Ela não poderia se encontrar sem ouvir a voz dele)

domingo, 27 de novembro de 2011

Bipolaridades (3)

Em uma noite ela achou a solução do problema: vou abraçar o que(m) eu quero e esquecer do mundo...
Decisão que não cabia somente a ela, mas, naquele momento o mundo era dela...
Passam-se os dias e o mundo que a ela pertencia se torna um espaço em que ela é intrusa...
A luta, os sonhos, as responsabilidades... tudo se torna vestigial....
Só resta a solidão e um bocado de sentimentos ruins, que não tem muito a ver com ela e que ela tenta ignorar...
Mas, não se preocupe... logo logo ela pega o mundo de novo, pra depois perder... até que o Lithium faça algum efeito....

Bipolaridades (2)

Ela chorava,
ele perguntava - por que? -
Ela não sabia responder,
Não que não soubesse o que sentia,
mas simplesmente não sabia como explicar para a razão personificada,
aquilo que só o coração entende.

Bipolaridades (1)

Agora já não sei o que escrever.
E ja nem sei se consigo,
Uma lágrima escorreu no meu rosto e me lembrou: O que tu sente não se representa em palavras: é cheiro, contato e pele. É lembrança, medo e expectativa. Coisa muito difícil de explicar, e que ninguém quer saber.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Saudosismo (1) Vila Maria

Sempre que olho da janela do ônibus da FURG o lugar onde vivi os melhores anos da minha infância, toda nostalgia possível toma conta de mim e me torno mais saudosista do que o comum.
Lembro do Thiago e do "Teteu" pequenos. Das tardes de megadrive e um tempo depois supernintendo. Dos bonequinhos dos power rangers, hércules, xena e cavaleiros do zodíaco. Do balanço de corda na oficina do tio e do cheiro de tinta de carro. Da única vez que brigamos e do castigo dado pela minha tia. Do caminho de terra entre a minha casa e a casa dos meus tios, e de quantas vezes eu ia com os dedinhos entrelaçados esse caminho todo torcendo para que os guris estivessem em casa ou que a piscina de Mil Litros estivesse armada no verão.
Época boa de ser criança. Lembro do "coléginho" Dr. Anselo Dias Lopes, da tia Rose no jardim, da tia Teresa na segunda série. Lembro da Letícia Alvarenga, minha melhor amiga e dos outros coleguinhas de classe, como o André que hoje namora a Fernanda, e o Pedro que era o "meu menininho"
A Simone de Beauvouir diz em sua auto-biografia "Balanço Final" que a infância é o período mais importante para a formação do sujeito. A infância que tens não é determinista sobre o que serás, como nada na verdade é, mas, de todos os períodos de formação do indivíduo é o mais importante, onde mais transformações e descobertas ocorrem. Para se compreender como sujeito é imprescindível remontar a esse período de nossas vidas.
Agradeço à minha infância, ela foi boa. Muito boa.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Gramaticalmente Afetivo.

Quero que entendas que sou assim. Não consigo entender pontos finais. Algo de tormentoso me diz que devo levar tudo às últimas consequências, devo esgotar histórias até que não restem vírgulas, devo botar os pontos nos "is", dar um aposto a tudo, usar somente verbos transitivos. Essa é a minha gramática. Sempre deu certo em alguns aspectos. Sempre fui a melhor da classe, sempre corri atrás para conservar minhas amizades, nunca deixei para trás um pedido de desculpas, não me atrasei, não faltei a compromissos, não desisti de projetos. Me tornei isso que chamam de garota prodígio.
Por outro lado não posso dizer que meu coração se beneficia de todo esse gramaticalismo meticuloso. Nunca gostei de histórias mal contadas, sempre levei tudo a murro de faca. Ao mesmo tempo, sempre voltei atrás para não ter que deixar histórias de amor virguladas. Se ao resto não me cabe pausas, quem dirá ao amor. Encontrar alguém, se envolver de verdade, confiar, isso tudo é bem difícil, quando se consegue, não creio que se deva jogar fora, e sim, lutar até o fim para que de certo. Ou até que se prove que não tem como dar certo. Nunca deixar no talvez.
Porém, no meio disso tudo, a vida tem me ensinado que é difícil dar ponto final a tudo somente no momento que queremos. Temos que aprender a lidar com as incertezas, com os talvez, com infortúnios.
Como agora, que sinto que nos perdemos. Sinto que ta na hora do ponto quando não quero dar o ponto, quando muito menos quero deixar vírgulas...
Quero saber o quanto me enganei, onde errei, onde tu errou, como erramos, em que ponto perdemos o caminho, quero todos os pontos nos "is" para não ter que pensar "como teria sido" , para seguir minha vida sem olhar pra trás com dor, arrependimentos, incertezas quanto ao passado que não me permitirão olhar as incertezas do futuro.
Nesse meu anseio investigativo gramatical to me perdendo cada vez mais de ti, to confundindo pra esclarecer, to me perdendo de mim. Gostaria de conseguir aceitar a vírgula, me machucaria menos e cansaria menos do que esse esforço por achar o ponto final.
Mas, entenda. São só regras da minha gramática que começam a aparecer quando os períodos, as orações e os parágrafos vão se desenhando. Sou a mesma, aquela que conheces. Porém, mais complexa, como tudo aquilo com que criamos intimidade.
Só te peço, não deixa uma vírgula entre a gente. Vamos achar o nosso ponto. E que seja bom.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Hino ao Brasil

Esse fim de semana foi marcado por muita luta e mobilização. Participei da II Conferência Estadual de Juventude e da Conferência Estadual do PCdoB. Muito para falar das duas atividades, mas, vou focar em um só momento.
Dante Barone com cerca de mil militantes comunistas, lotado, juventude em pé com bandeiras em mãos.
À minha frente, na mesa, todos aqueles que considero heróis. Renato Rabelo, Assis Melo, Manuela D´ávila, Adalberto Frasson, Raul Carrion.... dentre outros... a Cora anuncia, vamos ouvir o Hino Nacional.
O hino começa, e um pensamento me vem à cebeça.
Bom, antes de continuar detalhando o momento, tenho que explicar que esse papo de ficar retinho, ouvir o hino e não bater palma por reverência e bla bla bla, nunca me contentou. Sempre cantei o hino, mesmo que me olhassem de forma estranha...
Voltando, um pensamento me surgiu: Sei que aqui todos cantarão.... e sei que todos baterão palma...
Todos cantaram... as vozes comunistas eram mais altas do que o próprio hino. No momento lacrimejei. Foi um daqueles momentos em que tu pensa: esse é meu lugar, essa é minha gente. Sentimento de pertencimento, de nacionalismo. Amor!
Titi olha pra mim e pro resto da piazada e faz o gesto: batam palma...
Agora a militância cantava e ainda ritmava o hino com as palmas, minha deputada lá de cima olhava e sorria, não sei o que a Manu pensava, mas, na hora me pareceu que o sentimento era o mesmo que o meu....
Na hora em que se canta "verás que um filho teu não foge à luta" as vozes ecoaram mais alto e os punhos se ergueram. "Nem teme quem te adora a própria morte..."
O hino finalizou, palmas, muitas palmas... a juventude cantava: "Eu sou brasileiro, com muito orgulho com muito amor"......
Pensei novamente: isso é ser comunista, é amar o Brasil....
Em nenhum outro lugar me senti tão brasileira, em nenhuma outra gente vi o que vi lá....Em seguida, a Manu fala mais ou menos assim:
"Por que só a ordem e o progresso não nos serve, amamos o Brasil, e por isso cantamos o hino, e por isso batemos palmas"




quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Acróstico.

Se com poucas letras
Ousasse descrever
Cada singularidade
Individualidades
Erros
Desencontros
Acertos
Dos seres humanos
Escreveria em forma de acróstico.

domingo, 30 de outubro de 2011

Mulheres

Há pouco participei junto às minhas camaradas da UBM da conferência estadual de políticas públicas para mulheres promovida pelo governo.
Sou feminista. Ponto. Isso não significa que eu acho que mulheres devem pegar em armas e matar os homens por ai, ou que eu não curta me arrumar (apesar da veia hippie pegar às vezes), ou qualquer outro esteriótipo que queiram dar a uma feminista. Significa na verdade que sou mulher, me entendo como uma, e estou empoderada a ponto de buscar minha independência e romper com o que aprendi desde pequena: "menina faz isso ou aquilo se não não vais ter um bom marido..."
É isso que aprendemos, meninas devem buscar o amor e um homem que lhe dê segurança, na verdade, muito mais a segunda parte.
Bom, como empoderada quero dizer que não preciso de nenhum homem que me dê segurança. Sou mulher e dou conta de mim mesma.
Esse é só um dos pontos de um mal chamado machismo. Um mal da sociedade, e não dos homens. Um mal que se fortalece dentro da lógica de mercado e consumo em que o capitalismo nos enfiou.
Um mal que atinge a todas nós, mulheres.
A ideia da conferência era a discussão de políticas públicas para mulheres. Ações, afirmativas ou não, por parte do governo, que possam mudar a vida de todas.
Não entrarei aqui em grande detalhes, mas, deixo registrado que sai um pouco decepcionada com o nível do debate em alguns aspectos.
Vi propostas de mulheres que queriam ensino médio em tempo integral para ter a segurança de saber onde seus filhos de 17 anos estavam, mulheres que ali discutiam o investimento de apenas 10% do fundo social do pré-sal para educação, quando o movimento educacional pede 50%, enfim, pontos e pontos desconexos, perdidos, que não tocavam direto no ponto: como vamos chegar a uma sociedade com igualdade de gênero? O que se via era a busca por solução de problemas imediatos. E não por uma mudança de lógica.
Para completar, na hora da eleição das delegadas para a nacional ficou claro o sectarismo do movimento feminista.
Eram tudo. Negras, quilombolas, religião-afro, idosas, camponesas, jovens, comunistas, petistas, socialistas, qualquer ista.... menos feministas. Faltou o gênero, faltou a causa comum, faltou o olhar pra dentro....
Admiro as mulheres que ali estavam. Eram muitas. Mulheres que deixaram seus maridos em casa, os filhos, o momento de descanso, as outras lutas, e que estavam ali para discutir e fazer política.
Mas, faltou o ponto. Faltou, ou passou do ponto. Não sei ao certo. Mas, espero que avancemos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O meu melhor relacionamento. Um menáge.

Depois de um tempo venho aqui no blog para falar do meu melhor relacionamento. Estamos a um bom tempo juntos, na verdade somos três, eu, ele e ela. Cumplicidade, crescimento, o tanto que me empenho por esses dois, esses dois contribuem para que eu me descubra. Algumas decepções já ocorreram, afinal de contas isso é tão comum quando é o ser humano que ta envolvido... mas, a base que nos liga é tão mais forte, tão mais intensa. Estamos juntos por que no fim temos o mesmo objetivo, queremos e acreditamos nas mesmas coisas e esses dois, aai esses dois, eles me dão toda base para acreditar que meus sonhos podem ser reais. Primeiro conheci ela, essa jovem muleka atrevida que fez despertar o que há de melhor em mim, depois ela me apresentou ele, esse coroa com muita história pra contar... Desde então seguimos os três. E boto a mão no fogo por esses dois.
Não, não estou falando de nenhum menáge... não é nenhuma safadeza não. Também não falo aqui do D. do W. do V. e nem do E. Quase la, são siglas, mas siglas que trazem consigo algo muito muito grande.
Falo aqui da minha UJS e do meu PCdoB. Esses dois com quem caminho junto e com quem vou me descobrindo, e vou ajudando a fazer crescer. A base que nos liga é a ideologia socialista, nosso objetivo comum é a luta por um país mais justo, com igualdade e desenvolvimento, um país cuja riqueza seja distribuída para todos.
Não nego que ja tivemos crises, mas, o que nos une é tão mais forte que sempre volto atrás, até por que esses dois sempre me mostram que não é fugindo que chegamos a algum lugar.
Afinal de contas, estamos falando do PCdoB e de sua juventude! Ditadura Militar, Estado Novo, Araguaia.... nossa, esses dois já passaram por tanta coisa, e passaram sempre de cabeça erguida, sem deixar de lado a que vieram, que penso: quem sou eu pra deixar eles de lado?
Deixando de lado a cronicidade, escrevo esse texto devido aos recentes ataques ao meu partido e a comentários de que "militontos estão botando a mão no fogo"
O PCdoB em seus quase 90 anos de história nunca esteve envolvido em nenhum esquema de corrupção! Todas as denuncias que ja surgiram foram comprovadas como inverídicas. Afinal de contas, não foi por uma política corrupta que morremos nas ruas, nas praças, nos galpões do DOI. Atacar o PCdoB sem provas é o mesmo que atacar a democracia brasileira! Em tempos em que o povo desacredita seus políticos, atacar caluniosamente o único partido que tem mostrado tanto clareza política quanto transparência e retidão é tirar o que resta de esperança de um povo em uma política comprometida.
Me entristece e me enoja tudo que está acontecendo. Nos abrimos para toda e qualquer investigação, afinal de contas, quem não deve não teme, mas, não recuaremos, não sairemos de onde estamos por medo, cedendo à pressão daqueles que há anos comprovam não possuir nenhum comprometimento com o país!
Peço a todos que lerem esse texto, que pensem duas vezes antes de dizer "olha, até o PCdoB", pensem a quem serve a descrença do povo na política, juntem os fatos, comparem.
Nesse menáge com o PCdoB e com a UJS eu tenho aprendido a fazer política e tenho encontrado o meu rumo, a maneira de tornar ao menos parte dos meus sonhos realidade.
Não botar a mão no fogo por esses dois, seria não acreditar naquilo que me constitui.
O ser humano tende ao erro, sim. Mas a estrutura política dessas duas entidades impede que o erro se perpetue.
Boto minha mão no fogo por essas entidades, pelo projeto socialista para o Brasil. Isso é um relacionamento.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Rio Grande, até quando esperar?

"...com tanta riqueza por ai onde é que está? cadê nossa fração?"

Desde que o polo naval ressurgiu em nosso país através da política de soberania nacional do governo Lula, Rio Grande tem vivido um grande crescimento, além disso, temos o 2º maior porto brasileiro em termos de cargas.
São muitos os investimentos que a cidade vem atraindo como a construção de dois shoopings centers, uma filial da subway e outra da Mc. Donalds. Sem falar de todo crescimento advindo da Universidade Federal do Rio Grande, como o Oceanário Brasil que fará de nossa cidade um polo ainda maior na área oceanográfica e turística.
Rio Grande é a cidade do tinha, do já foi, do teve...

Rio Grande teve o primeiro clube de futebol do país!
Hoje não temos nenhum grande destaque nem no futebol gaúcho, falta incentivo aos nossos clubes.
Rio Grande teve a primeira biblioteca pública do Estado!
Hoje está completamente jogada, sem nenhuma política de valorização.
Rio Grande teve a primeira banda marcial do país!
Hoje as bandas que temos reclamam da falta de apoio.
Rio Grande tem a maior praia do mundo e o balneário mais antigo do Estado!
Hoje, o Cassino está completamente abandonado no inverno, negocia-se a doação de áreas para empresas privadas na câmara de vereadores, nossa praia é tomada por uma lama que "ninguém consegue explicar" e não recebemos nenhum investimento turístico, como por exemplo um parque aquático. Sem falar que os moradores vivem o constante terror de ter suas casas assaltadas.
Rio Grande possuía ao menos 7 salas de cinema e teatros...
Hoje, nosso teatro municipal, o único, raramente recebe uma peça teatral. Hoje, só temos duas salas de cinema.
Nossa cidade não tem um plano de mobilidade urbana eficaz. Uma única empresa domina o serviço, a passagem é uma das mais caras do estado, rótulas são 'pensadas" e construídas em qualquer lugar, só há uma rota de entrada e saída e essa rota fica engarrafada. (Des) integração de linhas recebe o nome de integração tarifária, e muitas pessoas tem morrido atropeladas na RS-734 e a solução que se acha não são passarelas e sim mais rótulas e faixas de pedestres em uma via de trânsito intenso. Ah, aqui estudante deixa de ser estudantes à partir da meia noite, nos domingos, feriados e nas férias, pois perdemos nosso direito ao meio passe nesses períodos.
Aqui, hospital só existe no centro da cidade. A zona oeste da cidade é completamente abandonada nesse sentido (e em outros também). Somos a última cidade do ranking gaúcho em termos de investimento em saúde.
Apenas dois bairros da nossa cidade são regularizados, os outros não. Planejamento urbano e regulação fundiária não são temas muito debatidos.
Mas, outros temas são. Por que Rio Grande é a cidade do "se fala".
Aqui se fala em cemitério pra cão, em árvore de Natal gigante, em homenagem à ditador militar...
Até quando vamos esperar? A riqueza ta ai, o crescimento ta ai, e o desenvolvimento não aparece.
Eu quero rio-grandino trabalhando no polo naval, mais ainda, quero jovens rio-grandinos trabalhando no polo naval. Eu quero ser estudante sempre. Quero mobilidade urbana. Saúde e condições de vida em todos os bairros. Quero que a riqueza fique aqui na cidade, com nossos trabalhadores, para que junto com eles os comerciários também cresçam. Quero políticas públicas para mulheres e para jovens.
Repeti várias vezes "Rio Grande" no texto. Mas é pra lembrar de nosso nome: Rio GRANDE. Amo essa cidade e quero ela grande de novo. Para todos. ;)



segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Pelo Direito à Verdade e à Memória.

Como publiquei em postagem anterior, estou lendo um livro do Luiz Manfredini intitulado "As Moças de Minas", uma história de jovens militantes durante a ditadura militar.
O livro retrata bem o que era fazer movimento estudantil naquela época, mostra bem o que era lutar por democracia em qualquer camada da sociedade.
Em certa parte do livro começam a ser relatados os socos, queimaduras e demais torturas que aquelas estudantes passavam.
Estou lendo esse livro. Também estou acompanhando os debates sobre a Comissão de Verdade que visa abrir os documentos escondidos da Ditadura Militar para que basicamente a história seja recontada. Em uma conversa com amigos que tive na ida ao CONUNE eles diziam que a Comissão de Verdade talvez não fosse assim tão necessária por que todo mundo já sabe o que aconteceu.
Esse é o ponto. Infelizmente grande parcela da população ainda não se deu conta do que foi o golpe militar. Não se deu conta das torturas e mortes, do fim da democracia, do prédio da UNE pegando fogo.
Somado a isso, aqueles que sabem exatamente o que aconteceu e inclusive se beneficiaram desse terror propuseram na câmara de vereadores de Rio Grande que um monumento à Golbery do Couto e Silva, um dos grande articuladores do regime militar, responsável pela perseguição àqueles que lutavam pela legalidade.
Pior ainda do que ser proposta, a ideia foi aprovada, sendo que só a bancada de esquerda presente na hora votou contrariamente.
Meus caros, em tempos de consolidação da nossa democracia, em tempos do povo brasileiro ter orgulho de assim o ser, em plena efervescência das discussões sobre a Comissão de Verdade, quando outro países da América Latina estão revendo sua lei de anistia....dentro de todo esse contexto, Rio Grande está prestes a erguer um monumento a um dos crápulas do período mais triste da história brasileira, não apenas pela ditadura em si, mas também por todo entreguismoa que fomos submetidos.
Alguns colegas da FURG vão me dizer que minha universidade é federalizada graças ao Golbery. Respondo primeiramente que em termos de vida política as boas ações não excluem as más, visto que uma vida politica deve ser por completo reta. Em segundo lugar, Golbery foi mentor do golpe que derrubou Jango, derrubou as reformas de base que estavam por acontecer. Graças à Golbery e seus comuns, mais de 70% das universidades do meu país são privadas e a reforma agrária ainda está distante com mais da metade das terras produtivas do meu país dedicadas ao agronegócio.
Não, não agradeço Golbery pela FURG, que só se salvou de ser privatizada graças ao governo de muitos que foram perseguidos durante a ditadura, não agradeço por asfaltamento de rua e nem pela água potável, visto que isso qualquer governante deveria ter feito.
Sim, grito contra a aberração desse monumento por honrar a luta e a memória daqueles que se sacrificaram para que hoje eu pudesse estar escrevendo nesse blog, indo às ruas, militando no PCdoB, votando em projetos.
Grito contra por que sou BRASILEIRA antes de Rio-Grandina e por amar meu país, amar a democracia!
Grito por que hoje em dia há o direito ao grito!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Dicas de Livros.



Deixo aqui dicas de dois livros que li nas férias.
O primeiro é do meu autor preferido: Caio Fernando Abreu. Se trata de um de seus primeiros livros: Limite Branco.
O livro traz todo sentimento até os ossos de Caio. Todo um retrato de infância e juventude. Duvidas, construção de si. "É tempo de se fazer" diz o livro. Há quem diga que é um livro adolescente pois fala de toda ser se montando em quebra cabeças. Mais, como boa existencialista creio que essa construção de si é constante, e não apenas jovem. O tempo de se fazer é constante, e os sentimentos expressos pelo personagem Mauricio se encaixam em qualquer momento da vida. Curiosamente ganhei a obra no meu aniversário de 19 anos e Caio a escreveu com a mesma idade.
A segunda dica é o livro "Moças de Minas" do Luiz Manfredini. Um livro que traz o retrato de jovens militantes, mulheres, estudantes, que largaram suas vidas na década de 60 para fazer a revolução. Livro empolgante, envolvente. Feminino, revolucionário. Histórias que fazem qualquer jovem celebrar a democracia.
Me identifiquei de cara com a personagem Loreta, parecia que o autor falava de mim só que em outra época. Bom, é uma boa dica para quem quer mudar o mundo.

Volta...


Aqui, com meu corpo implorando sono e minha mente implorando colocar pra fora seus pensamentos, vou tentar resumir algumas coisas que se passaram desde a ultima postagem. São muitas coisas ocorridas nesses quase dois meses, mas, tentaremos.
Nesses últimos dias percebi aquilo que todo mundo sabe mais não consegue colocar em prática: é muito melhor deixar estar... certas preocupações que nos tiram o sono são às vezes grandes bobagens.É difícil por que estamos sempre querendo controlar o futuro, controlar tudo ao redor de nossas vidas (e talvez por isso a morte choque tanto, é algo que está fora de nosso controle), no fim nos tornamos maniacos sem perceber. Sim, vamos continuar com essa atitude, eu ao menos sei que vou, mas, a tomada de consciência é o primeiro passo para a mudança, e eu tive a minha nesse tempo de ausência do Blog.
Mais, a volta não se trata disso. A alguns posts atrás falei que não escrevia sobre politica por que precisava de um tempo pra falar de mim, além dos fatos políticos. Pois então, isso mudou. As férias junto com o CONUNE me trouxeram de volta todo o gás militante. Também me fizeram pensar que é isso que realmente quero pra mim. Tive um daqueles momentos em que tu te da conta da tua vocação, da tua capacidade, e daquilo que tu queres fazer. Bom, eu quero mudar o mundo, ou a parte dele que me couber. Não, não acho que politica seja profissão. Não é, não deve ser. Mas acho digno querer dedicar a vida a fazer politica descente, a mudar a realidade ao seu redor. Percebi que posso, não sozinha, mais posso.
Por isso vou usar mais o blog pra expressar opinião, e acima de tudo ouvir (ler). Por enquanto fico feliz em atuar no movimento estudantil, mais sinceramente há mais problemas a minha volta que ultrapassam as portas da minha universidade e provavelmente um dia eu vá querer ocupar alguma esfera politica que me de mais armas para enfrentar essas realidades. Mais, até la preciso aprender muito.
Vou tentar postar pelo menos dia sim/dia não. Espero que a loucura dos dias não me impeça.

domingo, 5 de junho de 2011

Fervuras

Sentar no banco de um ônibus e pegar a estrada rumo à casa de mon amour foi o que me fez pensar em um certo aspecto da minha personalidade.
Não gosto do morno. O morno é a rotina normal, é o bom, é o legal. O morno é quietude constante.
Acredito que o morno não deveria fazer bem a ninguém. Mais ele acontece. Certos momentos da nossa vida sempre estarão mornos. Estarão! Pois o morno é transitório, ou ele esfria ou ferve. Nessa caso, fervuras são necessárias.
Eu sou assim, preciso de fervuras, constantes, na minha militância, nos meus relacionamentos, na minha maneira de pensar. Preciso que minha vida ferva!
Fervuras podem ser coisas boas ou podem ser rompimentos, o fato é que elas existem para sacudir o dia a dia e fazer da vida, vida.
Meu fim de semana me fez sentir minha vida meio morna. Tudo mudou nesse Domingo. Tomei algumas iniciativas; sim, para que as fervuras aconteçam muitas vezes precisamos aumentar a temperatura das coisas por nós mesmos.
Para completar, fui levantada da cama com a música que mais me faz bem tocando. E a música tinha sido colocada por Ele. Esse foi o ponto de ebulição.
Agora estou quente novamente, apesar do vento frio la fora. E manterei a minha semana assim.

Aumente a Temperatura! Ferva! Sempre!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Não leio Caio, ele é que me lê.

“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo."

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 24 de maio de 2011

Sinuca e Machismo.

Eu e minha amiga chegamos ao bar Rosa Mistica, colocamos uma ficha na mesa de sinuca e começamos a conversar. Conversávamos sobre projetos artísticos, sistema carcerários, feminismos, gênero, cultura popular e mais algumas coisas que surgiam em nossa chuva de idéias. Conversávamos empolgadas, uma empolgação visível, também falávamos enfaticamente. Nesse meio tempo um engraçadinho resolveu fazer um comentário do tipo: "Calma, sem violência" !!?? Como assim violência? Ah, claro, mulheres cheias de idéias que falam enfaticamente só podem ser violentas. Também outro ser com uma simpatia exacerbada resolveu perguntar se queriamos que ele nos pagasse um cerveja. ??!! Não tinhamos a menor intimidade para que ele nos perguntasse isso, mas, ao que parece, toda mulher que se encosta em um balcão só pode estar esperando que um homem qualquer pague algo pra ela. Como se não pudéssemos pagar algo para nós mesmas. Bom, chega nossa hora de jogar e os homens em volta daquela mesa começam a dar risadinhas. Eu jogo, e erro. Pela regra da sinuca, quando alguém erra uma bola, a bola do adversário cai. Na hora eles disseram que a bola não deveria cair. !!?? Pera ai! Por que somos mulheres precisamos de facilidades? Ser mulher é algum tipo de doença que nos torna débeis até para jogar um jogo besta como a sinuca? O jogo seguiu esse clima até o fim e era óbvio que perderíamos. Então, eles resolveram fazer piedade e inventar de derrubar duas bolas nossas, que não deveriam cair. Ganhamos, aparentemente.
Que fique bem claro. Ganhar não nos tornaria mais ou menos mulheres! Pelo contrário, se eles perdessem para duas mulheres sem darem facilidades, com certeza sentiriam sua masculinidade abalada.
Esse foi apenas mais um caso de machismo que eu e minha amiga sofremos Eu e minhas amigas passamos por muitos. As mulheres vivem o machismo constantemente.
Acordemos amigas! Não somos mais evoluidas como alegou o reitor da nossa universidade, mais somos iguais, apesar dos estigmas patriarcais que nos cercam!
Lugar de Mulher é em todo lugar! Na presidência e também na mesa de sinuca. =)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Filosofia Tripartida sobre as maneiras de ler a vida.

Há que diga que basicamente são duas as formas de se ver a vida: uma é pessimista , a outra é otimista.
O pessimista enxerga sempre o pior de tudo, então para um pessimista, cada mínimo detalhe é uma catástrofe. Um recado estranho em um mural de facebook significa traição, o aquecimento global é o fim do mundo, ideologias não existem e o mundo todo conspira contra ele.
O otimista utópico por sua vez vê tão somente o bem, em tudo, sem filtros. O recado estranho no mural do facebook do amado é apenas de uma amiga dengosa de mais nas palavras, o aquecimento global é história de cientista para dar audiência para a Discovery, todos os seres humanos realmente possuem ideais e lutam tão somente por eles e o mundo é multicolorido, cheio de amigos e pessoas que querem tão somente o bem.
Essa é a teoria dualista. Porém, podemos destacar mais um forma de se ler a vida, essa é mais aceitas por aquelas pessoas classificadas como felizes.
Essa forma é o do otimista realista. Com ela, fechamos a filosofia tripartida.
O otimista realista é aquele que não enxerga tão somente o bem, mais sabe que para que tudo termine BEM a unica coisa necessária são suas atitudes e escolhas, afinal, nada é por essência e sim por um conjunto de escolhas e fatores externos. Para ele, o recado estranho é apenas um recado sem importância pois o que importa é a forma como ele tratará o amado e fará com que ele fique cada vez mais apaixonado, afinal, tudo está muito perfeito e diante disso os outros são os outros. O momento oportuno de esclarecer as coisas chegará. O aquecimento global é uma triste realidade decorrente de anos de descaso com o meio ambiente e de uma nova sociedade de consumo, a partir disso acredita-se que mudando a forma de consumo, produção e apostando nas energias renováveis o planeta terá salvação. As ideologias existem, no coração de poucos mais existem. O que falta é cultivo, incentivo, pessoas dispostas a fazer os ideais renascerem. Para esse tipo de otimista, o mundo é um conjunto de fatores bons e ruins e como as coisas de desencadearão dependerá somente dele. Tudo ficará bem, basta saber viver. Escolher bem o que será motivo de estresse e o que não será, preocupar-se com as próprias atitudes. Afinal, só quem pode colocar algo a perder em nossas vidas somos nós mesmos. E o medo de ser enganado, iludido, tem que se transformar em coragem. Coragem de ser feliz! Afinal, como dizia Nietzsche, a felicidade é carregada de uma grande dose de ilusão.


Esse texto não possui nenhum embasamento teórico além de uma mente pouco criativa, um pouco de samba, um pacote de bala mentos e alguns acontecimentos vividos.

domingo, 22 de maio de 2011

Receita de um Domingo Perfeito.

Ingredientes:

1 boa companhia
1 cama
1 chuveiro quente
1 bom filme
1 CD dos Beatles
1 Caixa de bombons

Uma pitada de chuva
Uma pitada de bom humor
Uma grande dose de carinho
Uma grande quantidade de risos
Beijos à vontade
Um pouco de poesia.

Como fazer:

Simplesmente perceba todos os ingredientes que tem em mãos. Sinta-os, observe-os e use e abuse. Agradeça por eles, pois agradecimento é uma das maiores fatias do bolo da felicidade. Role na cama, tome um banho quente, faça um almoço delicioso, escute Beatles e cante embaixo do chuveiro. Mais, não faça isso sozinho. Faço tudo isso ao lado daquela pessoa especial, encha ela de carinho, de beijos, faça ela rir, assista aquele filme meio filosófico que só você gosta e ria por dentro por saber que aquela pessoa só esta li vendo aquele filme para estar do seu lado, e agradeça muito por isso. Não à pessoa, mais à Deus. Pois é ele que coloca pessoas assim em nossas vidas. E no fim do Domingo, a hora da pessoa ir embora e a casa ficar vazia e a cama espaçosa, não se desespere, afinal, amanhã é outro dia, e logo logo aquela pessoa estará ali, de novo. Afinal, você soube aproveitar todos os ingredientes, e muito bem.
Agora, deite na sua cama, ouça uma música, junte um bocado de poesia com a saudade que você já está sentindo e compartilhe sua receita com os outros. Afinal, felicidade não é para ser guardada em caixinhas no armário, ela é feita para ser gritada.

É o que estou fazendo agora.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Desabafo...

Ultimamente não escrevo nada relacionado à politica. Não que não a viva mais, muito pelo contrário, a respiro em demasia. São dias ou no DCE ou no gabinete. São reuniões intermináveis e que muitas vezes se acabam em si mesmas. São longos debates que exigem de mim a emissão de opiniões. Quando sento aqui, só quero falar de mim, afinal, existo. Existo para além do movimento estudantil e das tramóias de nossa prefeitura, para além dos debates parlamentares que acompanho diariamente. Existo em mim mesma, em minhas fragilidades, em minha paixão por um certo paulista lindo, em minha familia e nas amizades, algumas que não vivo à meses. Não estou reclamando, e talvez pareça narcisismo, afinal de contas quem lê isso pode se perguntar: "quem disse que quer ler alguma opinião política tua?" Mais, é que a política faz parte do que no momento é minha essência e não falar dela me soa estranho. De fato, como poderia dizer Ferreira Gullart, sou metade política e metade eu mesma. É essa segunda metade que preciso gritar para o mundo agora.

Eles que eram. Nós que somos, assim, sem definições.

"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."


Retirado da obra de Clarice Lispector.
Título da postagem de autoria própria.
Algo tinha que ser.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Não desistir antes de começar.

Dessa vez não vou evitar dizer o que está na minha cabeça só porque eu sei que minha mente leonina não gosta de expor fragilidade, não fugirei de palavras bonitas porque quem diz não é uma pessoa perfeita, não arrumarei mil defeitos pra brigar contra as novecentas e noventa e nove qualidades, não desviarei meus olhos por medo de ter minha mente lida, não sumirei por medo de desaparecer, não vou ferir por medo de machucar, não serei chata por medo de você me achar legal, não vou desistir antes de começar, não vou evitar minha excentricidade, não vou me anular por sentir demais e logo depois não sentir nada, não vou me esconder em personagens, não vou contar minha vida inteira em busca de ter realmente uma vida.Dessa vez não vou querer tudo de uma vez, porque sempre acabo ficando sem nada no final.Estou apostando minhas fichas em você e saiba que eu não sou de fazer isso. Mas estou neste momento frágil que não quer acabar. Fiquei menos cafajeste, menos racional, menos eu. E estou aproveitando pra tentar levar algo adiante. Relacionamentos que não saem da primeira página já me esgotaram, decorei o prólogo e estou pronta pro primeiro capítulo.

Adaptado.
Caio F. Abreu.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O outro lado da Moeda. Sobre mídias e política.

Ontem à noite minha mãe me chama a assistir a reportagem do jornal da globo sobre a "despedida de Fidel" do governo de Cuba. Eu dei uma certa risada, dizendo que não assistiria pois sabia que as informações seriam todas passadas de forma distorcida e mal intencionada. Dito e feito. A globo não perdeu a oportunidade de dizer que Cuba é antidemocrática, que era o fim do socialismo e até mesmo que a roupa de Fidel parecia um pijama. A mídia golpista nunca perde a oportunidade de fazer seu jornalismo sujo, repleto de opiniões distorcidas. A democracia não se resume ao tempo de governo de um governante e nem ao número de partidos que um país tem! O socialismo não se resume à idéia de Marx no século 19, e portanto reformas economicas em Cuba não significam o fim do socialismo mais sim uma evolução do mesmo para novas realidades. O mestre da revolução popular Cubana Fidel Castro foi capaz de dizer que errou! Vejam só, que outro governante faria isso? Mais se faz isso pois o ideal comunista não se baseia em um política de remendos disfarçando a verdade do povo, como muitos governos neoliberais fazem. Não! O comunismo tem por base a dialética! A idéia de que a sociedade muda constantemente, e que é com essas mudanças que se deve lidar. Portanto, atitudes do passado que pareciam plausíveis podem se mostrar como erros em uma análise futura. Mais a mídia golpista não mostra isso. É mais favorável a ela dizer: "estávamos tão certos que até Fidel adimitiu estar errado! Vejam, essa história de revolução e socialismo é utopia mesmo!"
Achei em outro meio de mídia, uma declaração bem interessante que colo aqui:

Congresso de comunistas cubanos dá lição ao mundo, diz jornalista

O 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba ofereceu ao mundo incríveis lições de criatividade, força e valentia. A frase é da escritora e jornalista Stella Calloni.

"A reunião dos comunistas cubanos ratificou a decisão da população de revitalizar o socialismo e foi considerada uma resposta extraordinariamente sólida às pretensões colonialistas e hegemônicas dos Estados Unidos", declarou a jornalista.

Calloni discursou na última terça-feira (19) em um painel realizado no Centro de Cooperação Cultural para debater sobre "A direita mundial: o caso de Mount Pelerin e suas implicações na América Latina".

O Clube Argentino de Jornalistas Amigos de Cuba (CAPAC) divulgou uma declaração na qual caracteriza o recém-encerrado Congresso do PCC como “um dos passos mais criativos da Revolução”.

O documento enfatiza que sete milhões de cubanos participaram das assembleias prévias e enriqueceram as discussões sobre a atualização do modelo econômico para garantir a continuidade e irreversibilidade do socialismo.

Além disso, o documento ressalta que na política econômica de Cuba está presente o conceito de que o socialismo significa igualdade de direitos e de oportunidades para todos, não igualitarismo, e ratifica o princípio de que na sociedade cubana ninguém estará desamparado.

O CAPAC afirmou ainda que “se sente orgulhoso de estar junto a um governo, um povo e um partido capazes de dar exemplos extraordinários de uma verdadeira democracia popular ao mundo, apesar da adversidade a que o país está submetido".

Fonte: Prensa Latina


Viram? Outra visão! Pois nem toda mídia é marrom e SIM,o socialismo vive e Cuba ainda é um exemplo para o mundo!

Hasta la Victoria Siempre camaradas!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O aumento da passagem na capital e a "vanguarda" no interior.

Esse último mês têm sido tenso em nossa capital Porto Alegre. A administração pública quer subir o preço da passagem de ônibus e a população se revoltou com razão.
Sim, a população lançou campanha na internete, via twitter, também pediu audiência pública e tudo isso ta ganhando uma certo prestigio politico, o que não está errado.
Só que essas coisas todas me fazem lembrar de toda a briga pelo transporte coletivo de qualidade que há em nossa cidade. De quantos atos, passeatas e audiências ja não tivemos sobre esse assunto. Em termos de falta de respeito no transporte coletivo Rio Grande é vanguarda, em termos de mobilização popular também.
Esse ano a briga foi contra a (des) integração do transporte público. Sim, linhas de ônibus extintas, necessidade de aquisição de cartão da Mais, criou-se um caos no transporte para depois se responder: Mais agora vc pega dois ônibus e paga um! Mais, pera ai, antes nós pegávamos um só !
Sim, a população foi pra rua. E a UJS se uniu a essa causa. Eu estava la, eu vi. Fomo às ruas, camaradas apanharam no primeiro dia, depois recorremos ao diálogo que é sempre o melhor caminho, fomos enrolados pelo nosso senhor prefeito.
Pedimos audiência pública, eu estava la no momento e fiz com que nossos treze vereadores se comprometessem na frente de um plenário lotado que estariam do nosso lado. Se comprometeram, mais não cumpriram, mostrando pro povo quem realmente são e levando ovos por cima. Tudo isso aconteceu, o jornal do estado mostrou e até mesmo a mídia nacional.
Tudo aqui, nessa pequena cidade chamada Rio Grande. Aqui, a briga pela melhoria do transporte coletivo foi no meio do ano, não conseguimos acabar com a integração, mais esse ano não tivemos o rotineiro aumento de passagem.
Também pudera, aqui o povo botou medo em quem ta la em cima.
Tudo em Rio Grande, vejam só, essa cidade sem aparente importância além de seu porto.
Espero que Porto Alegre continue seguindo nosso exemplo e não desista da luta. Sim, é possível congelar o preço da passagem, mais com muito estudante, trabalhador, organizações politicas e sociais na rua!

Hasta La Victoria Siempre Companheiros!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Entenda

Você pode dizer para uma garota que ela deve se amar, que ela é maravilhosa e deve se valorizar, que tem uma vida pra viver, coisas a fazer, o mundo a sua espera.
Ela ja sabe de tudo isso. No fundo todas sabem. Mais parece que por mais que tentemos ser mulheres fortes e bem resolvidas, sempre persiste aquela garotinha dentro de nós, que é tão pura e sonhadora, que ainda espera o principe encantado, aquele que nosso lado mulher sabe que nunca virá, mais que a bobinha la dentro insiste em acreditar.
Sim, você pode dizer a uma garota que ele não é o cara certo, que não a merece e só a fará sofrer. No fundo, a intuição dela diz isso pra ela, porém tudo se confunde com o medo e ela segue em frente mesmo assim, levando fé que tudo vai melhorar. Não melhora geralmente.
Você pode dizer tudo a uma garota, só não pode lhe dar o poder de controlar o próprio coração.



Nem Simone de Beauvoir conseguiu abandonar sua garotinha.

Sobre Futebol. ( Pelos olhos de uma garota)

Ontem vi meu time passar de fase na libertadores, com um sofrido (como não poderia deixar de ser um jogo tricolor) mais bonito 3x1.
Sabem o que é melhor? Ronaldinho não estava la. Estava em um jogo muito sem graça do Flamengo, sem nem fazer um gol.
Não, não sou aquelas gremistas com dor de cotuvelo por perder o dentucinho. Na verdade, acho até bom ele não ter entrado para o grêmio.
Fato é que desde que o seu Gaucho foi para o Flamengo a nação colorada resolve atordoar nós Gremistas. Como se tivéssemos culpa do futebol ter virado mercado, como se tivéssemos culpa de que o sonho so menino de ser jogador de futebol tenha virado o sonho de ser milionário, como se a vergonha fosse toda nossa.
Nem digo que é do Ronaldinho, ele é só a ponta desse imenso iceberg de dinheiro e interesses que virou o futebol mundial.


Mais no tempo que o Dodo jogava no Andaraí, a nossa vida era mais simples de viver....