terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Um Anjo.

Quando eu nasci , ela me deu meu primeiro banho. Me cuidava quando criança, ria das minhas travessuras, apoiava minha mãe.
Quando meu corpo começou a mudar, ela foi a primeira a perceber e a me dizer que eu estava ficando "mocinha".
Quando as coisas ficaram complicadas e ninguém em entendia, em meio a gritos e brigas, enquanto eu chorava quieta no meu quarto, ela foi la, me fez um cafuné, e disse que as coisas eram assim mesmo, todo mundo passava por aquilo e tudo ia ficar bem.
Quando eu era só uma criança, que gostava de falar de política e não sabia muito bem o que dizia, vejam só, com meus nove aninhos de idade, eu achava que o Serra deveria ser presidente , pois ele parecia ser boa pessoa e tinha feito os genéricos. Ela , sempre fazendo seu croché, parou calmamente e me explicou , que o Lula tinha que ganhar, pois era a hora de um trabalhador ser presidente. Lembro disso como ontem. Lembro também que ela dizia que o Getúlio foi o melhor presidente do país, pois cuidava dos trabalhadores.
Quando eu passei na faculdade, ela ficou super contente, disse que sabia, por me conhecer desde pequenininha, que eu ia ser advogada.
O tempo passou, e o dia a dia me impedia de estar sempre ao lado dela, na verdade, nos últimos anos raros eram os momentos juntas, mais ela estava sempre no meu pensamento.
Nesse Natal, ela disse que eu estava muito bonita. Ela me sorriu, e disse que tudo que queria era sáude. Eu nunca vou esquecer a forma como me olhou, olhar bondoso, humilde, simples, de quem só quer viver mais um pouquinho.
A vida levou ela pra descansar, mais as saudades e lembranças são eternas e boas.


Para minha bisavó, Léa Bengochea de Oliveira.

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