sábado, 25 de fevereiro de 2012

Mulheres, 80 anos votando.Como estamos?

Com um pouco de atraso posto aqui meus comentários sobre os 80 anos de direito ao voto das mulheres, completo na última sexta, 24.
Casualmente nesse mesmo dia tive reunião da UBM, União Brasileira de Mulheres, entidade em que sou vice-coordenadora municipal. O momento foi oportuno para refletir internamente durante o andar da reunião sobre a participação política das mulheres na sociedade e suas peculiaridades. Temos 80 anos de direito ao voto mas isso só não basta, a luta agora é a representatividade.
Apesar dos avanços já alcançados, como termos uma presidente mulher, ainda somos minoria em parlamentos e prefeituras. Por que será?
Primeiramente pensando a política nacional, enquanto ela não for reformada, temos dois fatores determinantes: o primeiro é o capital e o segundo os reflexos da sociedade.
Por essa ótica tendo em vista uma sociedade machista a tendência é termos menos mulheres governando. Aprofundando mais ainda, mais difícil ainda vermos mulheres negras e pobres no governo. Entendem o sentido? O machismo não afeta somente na hora do voto como também no processo que ocorre antes dele, nas convenções e dia a dia de partidos. Enfrentamos preconceitos internos e dificuldades que são próprias nossas, por exemplo, nunca vi um homem levar o filho a uma reunião mas na reunião da UBM dessa sexta haviam duas crianças junto às mães. Todas esses poréns fazem com que a militância se torne um pouco mais difícil para as mulheres jovens e bem mais difícil para as mulheres mais velhas tendo em vista que dentro da juventude alguns preconceitos já estão superados ao contrário do setor com mais idade. Então, o que faremos? Bom, o primeiro passo é a organização interna nos partidos e na sociedade civil. Trago aqui o exemplo da UBM de Rio Grande através de uma observação interna minha: as mulheres que hoje estão brilhantemente fundando e alicerçando este grupo antes eram conhecidas como a mulher do sicrano, a irmã do fulano, a namorada do beltrano... Hoje somos fulana, sicrana e beltrana liderança! A diferença é que nosso referencial dentro do partido deixou de ser os homens que estavam ao nosso lado e passou a ser nosso trabalho, nossa militância. Estamos ocupando espaço, marcando posição, isso através da nossa organização.
Mulheres precisamos disso! Hoje em dia a lei eleitoral diz que as coligações devem apresentar 30% de sua nominata proporcional feminina, porém só isso não basta. Isso por si só apesar de ajudar faz com que muitos partidos filiem mulheres à marra apenas para concorrer aleatoriamente sem nenhum projeto político e sem trabalho de base. Isso não é o ideal entendem? Precisamos de uma nova cultura social e política de igualdade!
Não queremos ser mais e nem menos, queremos ser iguais. Em todos os lugares e também no parlamento!

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